A arte de recomeçar
Começar é arte!
Tudo, aliás, é arte. Sobretudo hoje, quando já quase ninguém sabe mais o que é arte. Começar, porém, exige uma força interior, uma esperança tal que se vai tornando uma “arte”... Exige uma sensibilidade para antever o fim, exige uma capacidade grande para saber aonde se vai. Exige uma síntese que só a arte oferece ou enriquece. Recomeçar é mais arte ainda... porque é renovar convicções, recolocar posições, reanimar virtudes, restaurar esperanças, reequilibrar a dimensão interior, redescobrir a humanidade... Quem bem começa tem muito para bem terminar! Quem sempre sabe recomeçar tem muito para chegar a vencer. Quem continuamente admite recomeçar atinge rápido à perfeição. Feita sim, de limites, mas, humana. E é por isso que é sempre bom falar de esperança... É sempre proveitoso e agradável, no princípio de qualquer caminhada, ouvir dizer esperanças... É sempre animador, no princípio de qualquer princípio, cantar esperança do peregrino, do caminhante, do viajante. Recomeçar é reviver!
Para ilustrar esse recomeço um texto do grande Gabriel Chalita que faz referencia ao poema de Drummond para refletirmos e reverenciarmos a vida….
Fácil e Difícil
Falar é completamente fácil, quando se tem palavras em mente que expressem sua opinião.
Difícil é expressar por gestos e atitudes o que realmente queremos dizer, o quanto queremos dizer, antes que a pessoa se vá.
Fácil é julgar pessoas que estão sendo expostas pelas circunstâncias.
Difícil é encontrar e refletir sobre os seus erros, ou tentar fazer diferente algo que já fez muito errado.
Fácil é ser colega, fazer companhia a alguém, dizer o que ele deseja ouvir.
Difícil é ser amigo para todas as horas e dizer sempre a verdade quando for preciso. E com confiança no que diz.
Fácil é analisar a situação alheia e poder aconselhar sobre esta situação.
Difícil é vivenciar esta situação e saber o que fazer. Ou ter coragem pra fazer.
Fácil é demonstrar raiva e impaciência quando algo o deixa irritado.
Difícil é expressar o seu amor a alguém que realmente te conhece, te respeita e te entende. E é assim que perdemos pessoas especiais.
Fácil é mentir aos quatro ventos o que tentamos camuflar.
Difícil é mentir para o nosso coração.
Fácil é ver o que queremos enxergar.
Difícil é saber que nos iludimos com o que achávamos ter visto. Admitir que nos deixamos levar, mais uma vez, isso é difícil.
Fácil é dizer “oi” ou “como vai?”
Difícil é dizer “adeus”. Principalmente quando somos culpados pela partida de alguém de nossas vidas…
Fácil é abraçar, apertar as mãos, beijar de olhos fechados.
Difícil é sentir a energia que é transmitida. Aquela que toma conta do corpo como uma corrente elétrica quando tocamos a pessoa certa.
Fácil é querer ser amado.
Difícil é amar completamente só. Amar de verdade, sem ter medo de viver, sem ter medo do depois. Amar e se entregar. E aprender a dar valor somente a quem te ama.
Fácil é ouvir a música que toca.
Difícil é ouvir a sua consciência. Acenando o tempo todo, mostrando nossas escolhas erradas.
Fácil é ditar regras.
Difícil é seguí-las. Ter a noção exata de nossas próprias vidas, ao invés de ter noção das vidas dos outros.
Fácil é perguntar o que deseja saber.
Difícil é estar preparado para escutar esta resposta. Ou querer entender a resposta.
Fácil é chorar ou sorrir quando der vontade.
Difícil é sorrir com vontade de chorar ou chorar de rir, de alegria.
Fácil é dar um beijo.
Difícil é entregar a alma. Sinceramente, por inteiro.
Fácil é sair com várias pessoas ao longo da vida.
Difícil é entender que pouquíssimas delas vão te aceitar como você é e te fazer feliz por inteiro.
Fácil é ocupar um lugar na caderneta telefônica.
Difícil é ocupar o coração de alguém. Saber que se é realmente amado.
Fácil é sonhar todas as noites.
Difícil é lutar por um sonho
Que o ano de 2011 seja um ano de PAZ , AMOR e ALEGRIAS
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Patrícia