terça-feira, 25 de março de 2014

Hora da História

Ler tem que ser divertido, tem que dar prazer a quem está lendo. Ler é prazer. 

Existem muitos progressos no que diz respeito à formação de leitores. Mas ainda exibimos vergonhosos 28% de índice de analfabetismo funcional, enquanto somente cerca de 25% da população tem o domínio pleno da língua portuguesa. Já está provado que o simples fato de ir à escola não garante aprendizagem e cultura. É preciso mais.

Ninguém nasce leitor. Um leitor nasce quando pega pela primeira vez um livro para brincar, ou mesmo mordiscar, ainda bebê. Com a familiaridade, com o fácil acesso, com toda a família lendo junto e lendo na frente da criança, dando o exemplo. Com histórias de dragões e princesas antes de dormir, com gibis em quadrinhos e mesmo com a obrigação de ler um livro para prova na escola. Com o incentivo à leitura através de bibliotecas públicas, contação de histórias, encenações de peças baseadas em livros, com professores que despertem em seus alunos a paixão pela leitura, deixando de lado aulas burocráticas, instigando seus alunos a entender, interpretar e produzir textos com qualidade.
Hora  da História
Li o livro infantil Adivinha quanto eu te amo e me apaixonei. O livro de Sam McBratney conta a história de amor entre o coelho pai e seu filho de uma forma muito simples, leve, doce e romântica. 

Sipnose:
Às vezes, quando se ama alguém muito, mas muito mesmo, fica o desejo de achar um jeito de mostrar quanto esse sentimento é grande. Nesta fábula, o Coelhinho e o Coelho Pai vão acabar descobrindo, que o amor não é uma coisa assim tão fácil de medir... 

Recomendo a leitura do livro para o simples prazer de ler ou para o trabalho com o tema dias dos pais, pois o livro destaca os laços afetivos familiares e estimula a expressão dos sentimentos.  Por fim, não dá para dizer muito pois o livro é pequeno. Então, leia e aprecie.


terça-feira, 11 de março de 2014

Hora da História : João Jiló

Narrativa  Oral  : João  Jiló
  • Musica    : Fuja  Passarinho  de Walquíria Garcia – Ritmo  Terezinha de Jesus
  • Aprendendo com a história - João Jiló








       Em um lugarejo perto daqui, havia um menino muito traquina chamado João Jiló. Ele adorava fazer malvadezas com os bichos e as plantas. Um belo dia, João Jiló resolveu caçar um passarinho e ele tinha uma mira boa como nenhum outro naquelas redondezas. Saiu, caminhando pela mata, até que encontrou um passarinho bonito de dar gosto, o mais bonito que ele já tinha visto até então. Não pensou duas vezes, preparou o estilingue e quando se preparava para atirar a pedra, não é que o passarinho cantou para ele?

Não me mata não, João Jiló
 Eu vim pra cantar, João Jiló
 Sou bichinho do mato, João Jiló
 Para piar…

João Jiló nem se importou, acertou bem na cabeça do passarinho que caiu durinho no chão. Sem piscar os olhos duas vezes, pegou o passarinho e correu para casa para fazer aquele cozido… Quando João ia depenar o passarinho, ele de novo cantou para João Jiló:
Não me depena não, João Jiló
 Eu vim pra cantar, João Jiló
 Sou bichinho do mato, João Jiló
 Para piar…
João Jiló nem deu assunto, arrancou as penas, tirou as tripas e o jogou dentro da panela com mais algumas verduras e legumes. Mas na hora em que João Jiló ia mexer a panela, o passarinho cantou para ele:
 Não me cozinha não, João Jiló
 Eu vim pra cantar, João Jiló
Sou bichinho do mato, João Jiló
 Para piar…
 João ligou? Nada…Mexeu e remexeu. Fez um bom cozido, colocou no prato e quando ia dar a primeira colherada. Quem canta de novo?
Não me come não, João Jiló
 Eu vim pra cantar, João Jiló
 Sou bichinho do mato, João Jiló
 Para piar…
João Jiló comeu que lambeu os dedos. Ao terminar saiu para o quintal todo satisfeito. Mas de repente, começou a sentiu uma coisa estranha na barriga, era o passarinho querendo sair. João ficou assustado, olhou para barriga e perguntou: -É você, passarinho?
 -Sou eu, João, quero sair daqui.
 -Ah, então sai. -Sai por onde João?
 -Acha um buraquinho e sai!
 -Sei não… Um aqui é muito fedorento, o outro está cheio de meleca…
 e o outro, o outro tem cera para todo lado. Você não é muito asseado não, João! E o único que resta é o olho e este é apertadinho de mais!
 -Então fica aí! – João respondeu. Quem disse que o passarinho se conformou?
 Começou a se mexer e remexer na barriga de João, que foi inchando, inchando, inchando e…BUM… explodiu. O passarinho saiu voando e ainda cantou para João Jiló:
 Eu sobrevivi, João Jiló
 Eu vim pra cantar, João Jiló
 Sou bichinho do mato, João Jiló
Para piar…

O menino ficou lá com a barriga estourada e as tripas nas mãos. Sua mãe, desesperada, chamou o capador de boi que veio com uma agulha e uma linha enormes e costurou sua barriga. Depois desta, João Jiló ficou tortinho, curvado para baixo. Mas dizem que nunca mais maltratou a natureza, muito pelo contrário, se tornou um protetor. Até hoje, há quem o veja por aí…

 Essa história chegou até nós pela primeira em meados de 2002, durante o Projeto Xeromoá, no Norte de Minas Gerais, pelas mãos de Walkíria Garcia.

Após as apresentações, os alunos fizeram perguntas e comentaram  sobre a história :
Ø  Valores : Obediência, amor à natureza e respeito aos animais .
Ø  Temas transversais : Meio Ambiente e ética 

sábado, 8 de março de 2014

Conto Psicológico II o final

João Enganado George Wagner Certa vez, um vizinho de João Esganado, chamado Adão Roberge, resolveu matar um porco que já estava na engorda há longa data. A idéia era fazer uma grande feijoada no domingo seguinte, com direito a torresmo e tudo o mais. Como vários eram os convidados, o vizinho obrigou-se a chamar João Esganado, por questão de educação. A bem da verdade, se não fosse convidado, João Esganado daria um jeito de participar daquele banquete. Seus olhos brilhavam com uma semana de antecedência. A feijoada de Adão Roberge foi o assunto de João Esganado com os companheiros de lida, que já não agüentavam mais aquela conversa. O homem era incrível. Pois chegou o dia da feijoada, marcada para o meio-dia. João Esganado, que na véspera não dormira – e também não jantara-, chegou à casa do vizinho às 10h da manhã, perguntando a este se havia algum aperitivo para “forrar o estômago”. O vizinho, despreparado, ofereceu uma laranja ao João Esganado, mas este ficou ofendido! “Laranja eu como em casa!!”, gritou João. O homem era incrível. O esfomeado, não vendo muita cortesia por parte do vizinho, acabou por encontrar um tacho cheio de torresmos, que bem lhe serviu para abrir o apetite. A cozinheira protestava, mas não ousava chegar perto de João Esganado, tamanha a fúria deste na “cumbuca” dos torresmos. Mais parecia um cachorro faminto roendo o último osso do planeta. E era um olho no tacho de torresmo e outro na panela da feijoada, para ver se não lhe logravam! Chegou, finalmente, o momento tão esperado! Adão Roberge chamou a todos para o banquete, lembrando de fazer uma oração antes de tudo. Tal oração quase não saiu, pois o danado do João Esganado a interrompera, pedindo para rezar “só o comecinho”. O homem era mesmo incrível. Sentaram-se à mesa. João Esganado, que perdia os modos por um prato de comida, babava perto da panela de feijoada. Seus olhos estavam saltados. Naquele momento, todos eram concorrentes do impaciente Esganado. Mais parecia uma vaca com cria nova. Ai de quem chegasse perto da panela! Só não foi o primeiro a se servir porque o povo ameaçou-o prender junto aos porcos para conhecer a “fábrica” de Adão Roberge. Não foi o primeiro, mas foi o segundo a experimentar a saborosa feijoada. Não parou mais de comer! João Esganado, naquele dia, bateu seu próprio recorde. Comeu por cinco adultos e, cara-de-pau, pediu uma sobremesa. Já eram 4h da tarde. Naquela altura, o homem não mais falava direito, apenas resmungava e fazia gestos. Por isso mesmo é que a sobremesa não chegou a tempo... Entre uma e outra garfada, João ficou branco igual a canela de inglês. Começou a passar mal, de tanto que havia comido. O coitado caiu estrebuchado, rolando pelo quintal de Adão Roberge como se fosse uma tora de pinheiro, fazendo grande estrondo. O homem só foi parar quando um valo lhe serviu de cama, ficando lá entalado com a barrigona para cima. Por pouco não atropelou o cachorro de Adão Roberge, de nome Baíto Roberge! Naquela altura, a correria do povo era grande, pois Esganado começou a tremer e a urrar. Não podia levantar do valo e, em último esforço, desmaiou. A mulherada fez uma gritaria tremenda. Realmente, parecia que João Esganado havia morrido, mas o homem ainda respirava. Não havia médico na localidade e o hospital era distante. A situação era crítica. A única saída seria chamar um curandeiro que morava na localidade vizinha, também distante, e assim foi feito. Nesse período, João continuava desmaiado e o povaréu se agitava. Dentre os curiosos que rodeavam o doente, havia um agricultor mui espirituoso, conhecido por Zé Cadela. Gritou com a cozinheira para trazer um chá ao João Esganado. Naquela altura, tudo era válido para salvar o pobre homem. Dito e feito. Apressou-se a velha senhora com o chá, tendo Zé Cadela baixado a xícara nas narinas do enfermo, que ainda estava como morto. Nesse momento, quase que por encanto, João Esganado acordou e abriu bem os olhos! Foi aquele rebuliço, um falatório grande, vivas e palmas para o Zé Cadela e o chá milagroso! Chegaram a esquecer do João Esganado, tamanha a festa, até que Zé Cadela percebeu a tentativa do doente em falar algo. Fez-se o silêncio, deu-se a palavra ao mesmo e este, bem baixinho, repetiu: - Cháaaaaa, cháaaaaaaaa, cháaaaaaa, quero mais cháaaa.. Buscaram mais uma xícara de chá e entregaram-na ao João. Nesse momento, em grande esforço, João Esganado olhou diretamente para a cozinheira e depois para a mesa, perguntando: - Por acaso não teria uma bolachinha para acompanhar o chá? O homem era incrível! ------------- Por George Wagner Nomes e apelidos fictícios Dezembro de 2008

Conto Psicológico

Continue o conto João Enganado George Wagner Em uma pequena vila do interior, havia um homem chamado João Esganado. Trabalhava em serviço pesado, braçal, carregando caminhões de madeira sem parar – a não ser nas horas sagradas de refeição! Nessas oportunidades, João Esganado comia por três, quatro pessoas, pedindo sempre uma sobremesa. Na madeireira, todos almoçavam a boa distância de João Esganado, pois não bastasse o seu prato de montanha, ainda sobrava espaço para espiar o prato dos colegas. O homem era incrível....

segunda-feira, 3 de março de 2014

Atividades de Conto de Enigma

Aos alunos  que demonstram interesse por este tipo de literatura e a todos que adoram desvendar um mistério. Curta também os vídeos, jogos e músicas.